Histórico

 

A freguesia de Irivo situa-se no extremo ocidental do concelho de Penafiel, a cerca de cinco quilómetros da sede concelhia. Tem uma área de quatro quilómetros quadrados e é delimitada pelas freguesias de Cête (concelho de Paredes), Guilhufe, Galegos, Paço de Sousa e Urrô.
Nas memórias paroquiais de 1758, lê-se o seguinte “Esta freguezia de São Vicente de Eriva fica na provincia de Entre Douro e Minho pertence ao Bispado do Porto, he da comarca de Penafiel, termo da mesma cidade (...) Passa pelo meyo desta freguezia o rio chamado Sousa cujo nascimento tem para as partes de Basto perto da Lixa, que daqui dista quatro legoas, e meya pouco mais ou menos”.
Encontramos o topónimo sob várias formas: Eirigo, Eirivo, Eribo e Erivo; Heribio, Heribo, Irigo e Irigu; finalmente fixado como Irigo. No ano de 1085, numa doação de Ermígio Moniz ao Mosteiro de Paço de Sousa, surge: ”ipsa villa de Eribio que est in terra de Penafiel inter Sausa e Kaualunum” e no Cadastro de 1527: “São Vicente de Ryvyo”.
A hipótese habitual aceite, aponta para o facto da freguesia ser banhada por dois rios – o Sousa e o Cavalum – ou pelo aproveitamento das suas águas para rega, portanto terra irrigada.
O termo latino rivus pode estar na origem do Ryvyo do Cadastro do século XVI, ou do Rivyus, da mesma época. Os verbos latinos rigo e irrigo, significam regar, banhar, molhar e irrigar; os adjectivos riguus, banhado, regado, molhado, que serve para regar. Por desvio ou condução de águas temos ainda, dois vocábulos latinos possíveis no caso; derivo e dirigo, de que nos ficou derivar, que é o mesmo que desviar ou afastar algo (neste caso água) do seu curso normal. Se quisermos aceitar que o topónimo pode ser de outra origem, e pode, o que nos parece mais razoável, será o facto de, na margem direita do rio Cavalum ter existido um castro e o seu levantamento originar o nome da localidade pelo vocábulo latino erigo, erguer, ou o também latino dirigo, pôr-se em linha de combate, ou então o acto do mesmo ser tirado à força, em latim, eripio, ou a fase mais extrema e derradeira porque passou, obviamente, que foi a sua demolição, o seu hirivar e daqui Hirivo, demolido, o deitar por terra, como vemos num documento de 1191 da Fundação de São Miguel de Penaguião: “Entonces Dom Gomes, que era muy sanhudo, fijo hirivar em terra aquella Igreja”.
Iriva, no Alentejo, significa calúnia, blasfémia, o que não desejamos para o nosso Irivo, já que daqui se inferiria uma designação toponímica muito depreciativa, embora não tanto como se nos viesse de Érebo, do latim erebu ou seja “região tenebrosa que ficava por baixo da terra e por cima do inferno”.
É mais provável que advenha de castro ou de rios. Naqueles, ou devido àqueles, ou por estar entre aqueles rios, pode advir da forma Hirivius decomposta em: Hi, aí, nesse mesmo lugar; e Rivius por Rivus, o rio (Sousa e Cavalum). Irivo o sítio dos rios.
Irivo foi curato da apresentação do Mosteiro de Paço de Sousa e passou mais tarde, a reitoria independente.
Está-lhe anexada, de há muito, a vetusta freguesia de Santa Maria de Coreixas, antigo curato da apresentação do Mosteiro de Cête. Em resultado desta anexação, denominou-se Irivo-e-Coreixas e foi assim designada durante muito tempo.
No lugar da Ermida, está o memorial da Ermida, monumento nacional que, uns, consideram estar ligado à passagem do funeral de Santa Mafalda e, outros, defendem tratar-se do túmulo de Dom Sousinho Álvares.
Também, ni lugar de Coreixas, existe a Torre de Durigo, imóvel de interesse público e que terá pertencido à família dos Brandoes.
Nesta freguesia, nasceu José Barreto, músico de grande mérito no século passado, que escreveu numerosas composições musicais de qualidade reconhecida. Mereceu a homenagem dos penafidelenses, bem expressa num escrito da autoria de Coroliano de F. Beça.